segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Corra em direção ao infinito


A noite insiste em não passar,
As nuvens parecem estáveis neste céu escuro
Ocultando o brilho das estrelas,
Brilho este já defasado devido
A imensidão das cidades
Que dominam e abafam mais e mais
O verde que ainda resiste nesse mar de asfalto,
Se é que existe verde.
De um lado a outro,
Nada se ver a não ser
O vasto brilho das lâmpadas
De vapor de sódio ou de mercúrio,
Dando vida à uma fúnebre paisagem,
Morta e sem alma, tão rude e desagradável,
Que encontra nas mentes pobres,
Burras e vazias a sua glória.
Pobres sejam estes que em mente nada têm.
Que celebram alegremente o nada,
O vazio que preenchem seus corações
Corações estes petrificados,
Mas que com toda certeza
Não passam de um pedaço fragilizado.
De um corpo insignificante
Que ao menos tem um nome
E se quer deu espaço à algum sentimento.




Pipo Sotero

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

De passagem


Eu estava de passagem
E te vi quieta e chorando
Perguntei se estava tudo bem
E você disse que não
Perguntei se eu podia ajudar
E você disse que sim
Te dei um abraço
E de perto escutei seu choro
Seu coração estava pesado
E sua voz fraca e sem vontade
Eu queria te ver bem,
Mas eu não sabia se estava certo
Tentei te fazer rir,
Mas não conseguia
Não hesitei em persistir
Até suas lágrimas cessarem
Você estava diferente
Rindo até do meu descaso,
Das minhas piadas sem graça
E do meu modo estranho de falar
Quando tentava falar que te adorava
Foi quando tudo voltou ao normal
E eu pude ir embora
Pedindo adeus,
Sem sentido, como sou
Querendo te ver outra vez
Nem que fosse de passagem...



Pipo Sotero

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Será?

E se o dinheiro fosse apenas um papel,
E o ouro se desmanchasse como o sal,
Será que seriamos mais felizes
Se não ligássemos ou existisse carnaval?

E se a violência fosse uma ilusão
E sua casa não fosse uma prisão,
Será que seriamos mais felizes
Se houvesse algo útil na televisão?

E se por aqui existisse educação
E o que rouba não fosse só o ladrão
Será que o país seria melhor
Se não houvesse corrupção?

E se o salário fosse pago com dignidade
E o nosso trabalho fosse de verdade
Será que seriamos mais felizes
Se o emprego fosse uma realidade?

E se a chuva não fosse aquela que alaga
E se a fome não fosse aquela que mata
Será que seriamos mais felizes
Se tivéssemos nossa própria casa?

E seu o branco fosse igual ao negro
E o racismo não causasse medo
Será que o mundo seria melhor
Se o tom da pele não causasse preconceito?






Pipo Sotero

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

We


I wanna be a reason
A sense, a joy,
Yet, far
What you want,
'Cause I want you
You want me even more
I wanna be a part of you
And you, part of me
Together, make us one
Even in a dream
Can I wait
And I hope
Like a flower wait the spring
Butterfly in the cocoon
Flaps its wings, come to me
Beautiful angel who enchants me
illuminates my heart
With her ​​look, her love
Love, desire, passion
One night, one day
Now or later
Forever, you and me.





Pipo Sotero

domingo, 21 de agosto de 2011

Nós dois


Queria ser uma razão
Um sentido, uma alegria,
Mesmo assim, longe
Aquilo o que você quer
Por que eu te quero
Você me quer, mais ainda
Queria ser uma parte de você
E você, parte de mim
Juntos formar um só
Mesmo num sonho
Posso te esperar
E eu te espero
Como uma flor à primavera
Borboleta no casulo
Bate as asas, venha à mim
Anjo lindo que me encanta
Me ilumina o coração
Com seu olhar, seu carinho
Amor, desejo, paixão
Numa noite, um dia
Agora ou depois,
Para sempre, nós dois.



Pipo Sotero

sábado, 20 de agosto de 2011

A melhor resposta!

Não são raros os momentos em que nos fragramos projetando respostas para perguntas que jamais serão feitas. Respostas de tons fortes e impactantes que demonstram toda nossa força e imponência perante àqueles que nos contestam e questionam nossos ideais.
Muitas outras vezes nos perguntamos qual seria a melhor maneira de lidar com momentos tensos e de atrito constante com pessoas que de forma alguma curvam-se à nossoas opiniões, pessoas de caráter intransigente que só se importam com seus devidos interesses, as vezes mútuos, na verdade, pseudo-recíprocos afim de iludir aqueles que têm uma mente fértil, onde nasce tudo aquilo o que se planta, para então colher os frutos do seu amargo desejo, impulsionado pela ganância que tem como semente o egoísmo enraizado em suas mentes doentias.
Palavras são como a luz de encontro a um espelho. Qualquer réplica, imposta de forma infeliz, feita por, nós pode se tornar uma armadilha e nos abocanhar de forma fácil e expor toda a nossa fragilidade, deixando-nos com uma impressão de estarmos desamparados, sem ter ao que recorrer, à quem recorrer, pois aquelas mesmas palavras que disparamos sem um pingo de senso podem ter machucado até mesmo pessoas próximas que serveriam como um porto seguro para nos confortar em momento funebres.
Por isso é de bom entendimento considerar que o silêncio é uma das melhores respostas a ser dada, se não, a melhor. Pois em silêncio evitamos falar coisas quais possamos nos arrepender um dia, coisas que podem voltar-se contra nós, fazendo-nos pagar com a lingua, mesmo que as palavras quais viemos a pronunciar tenham sido disparadas de forma inocente.
Então...





Silêncio!!





Pipo Sotero

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Em que mundo você vive?


Em que mundo você vive?
Naquele onde ninguém te entende e você ainda se sente vítima do excesso de despotismo e livre arbitrariedade humana?
Parece fácil, mas conviver com seres humanos é uma coisa totalmente difícil e desgastante, pois são muitas as variações de humor, comportamento, sentimentos e emoções. Coisas relativas umas com as outras e que são capazes de levar o homem à cometer do mais nobre dos atos até o mais hediondo dos crimes.
Basta olhar em alguma direção, algum sentido, para percebermos que nada é como exatamente queríamos. O mundo, as pessoas, tudo foge à nossa conveniência, mas isso ainda não é capaz de impedir que tenhamos nossos interesses, as vezes sadios, outras vezes bastantes nocivos, por parte dos outros, pois procuramos ainda uma maneira de explicar por que são sempre os outros aqueles que contém defeitos, quando se quer podemos enxergar nossas próprias falhas.
Ou seja: nunca estamos aptos a reconhecer nossas imperfeições, sempre as vemos em outras pessoas, assim como essas outras pessoas enxergam em nós, suas imperfeições. Não percebemos que estamos diante de um espelho.
Em que mundo vivemos?
Vivemos num mundo materialista, prepotente e opressor, onde os oprimidos são os mais fracos, representados por um número maior de contingente. E quem são os opressores?
Estes estão em menor número, são contados a dedo e determinam o rumo do sistema que engloba nossas vidas, visando somente seus interesses que se resumem apenas aos seus lucros e nada mais, pois para eles não importam quantas pessoas tenham que morrer para por um punhado de dinheiro à mais em suas contas bancárias.
Isso é um pouco do mundo em que vivemos, que foge absolutamente àquilo o que se passa em nossas mentes. Não há mais nada de perfeito aqui, tudo está se desfazendo aos poucos e à medida em que os anos passam, a destruição, eminente, é devastadora, aos poucos vamos vendo a voracidade dessa tragédia e a impressão que fica é que não podemos fazer nada para reverter esse quadro. A verdade é que não podemos fazer nada realmente, pois muito sangue já foi derramado e muita ainda há de ser, pois é um fato que se aprimora com o decorrer dos anos, quem tem mais sempre irá querer mais, assim como quem tem menos, também quer mais e quem não tem, ficará sem ter. Não é um ciclo e sim uma "lei". Leis feitas não para marcar a história do ser humano na terra em que vive, mas sim para decretar sua sobrvivência nessa guerra diaria contra seus próprios pecados.



Pipo Sotero

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Raio de Sol


Fria manhã,
plácida e sonolenta
Sucessora da noite,
insone e serena
Alegre ao sol
Que a face te ilumina
Saudades da lua,
Elegante e divina
Como uma bela rosa
Enfeitando seus cabelos
Fugindo à gentileza
E cessando os meus anseios




Pipo Sotero

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Contradição


O lobo na pele de um cordeiro,
O veneno no frasco do remédio
O perdão na hora da vingança
A morte na hora da liberdade
A calma na lugar da ansiedade
A piedade antes da misericórdia
A virtude que impulsiona a esperança
O Amor que dissipa o ódio
A compaixão no lugar da inveja
A união que pára o egoísmo
O sol que dá lugar à lua
O frio que firma a noite
Uma ação que antecede a reação
A loucura que alimenta a paixão
A certeza de uma contradição
Uma vida às vezes louca
Um beijo que te cala a boca




Pipo Sotero