quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Isso não é uma forma de vida

Os sinos batem e os fiéis e até os infiéis fazem aquele típico sinal da cruz, pedindo para serem abençoados e libertos de todo o tipo de mal existente na face dessa agreste terra, pois sabem que o mal está até no chão em que se pisa, em cima de uma cobertura, no super-mercado, nos bancos, do outro lado da rua...
Pessoas correm, gritam, se desesperam e se jogam pelo chão na tentativa de escaparem das balas perdidas e insanas pelo peito de alguém inocente.
Nos céus ao invés de pássaros, o que se vê são os rastros das balas de um lado a outro, indo e vindo. Diversos calibres, diversos alvos espontâneos. Os estouros não são fogos de artifício e sim tiros, tiros, tiros, tiros, tiros e mais tiros, sem parar pelo dia a fora, pela noite a dentro.
As explosões não são de uma demonstração pirotécnica e sim das granadas, bombas de gás lacrimogêneo ou de efeito moral, para conquistar na tora a moral, se é que ainda existe moral. E nas ruas não sabe-se mais quem é o mocinho e a mocinha, o vilão e a vilã.
Poderia ser um privilégio viver dentro de um filme de ação, ou de terror onde as vitimas são escolhidas sem definição de talento ou capacitação, mas não, não é legal e nunca será enquanto pessoas inocentes estiverem expostas à vaidade dos ladrões de colarinho, com seus caríssimos ternos e gravatas...
E todos nós sabemos: Isso não é uma forma de vida.


Pipo Sotero

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